Road trip de 24 dias de Brasília ao Nordeste: Jalapão, Chapada Diamantina, Cânions e praia com bebê 🌵🚙
Esse é um roteiro apaixonante pelo interiorzão do nosso Brasil que tem belezas naturais de tirar o fôlego. Foram dias de pesquisa, planejamento, reservas de hospedagem, guias e passeios que compartilho nesse post com você.
Quando falávamos nessa viagem, as pessoas nos perguntavam qual seria o destino e nós não conseguíamos responder com exatidão justamente porque essa uma viagem que exemplifica bem a frase de que o melhor da viagem não é o destino, mas o caminho.
O que mais priorizo em uma roadtrip como essa é aproveitar todos os atrativos pelo caminho e fazer paradas estratégicas para quebrar longos deslocamentos e não ficar cansativo.
Essa é uma road trip de 24 dias cruzando o Brasil, saindo de Brasília e chegando ao litoral nordestino, com paradas em alguns dos lugares mais incríveis do país.
Passamos por sete estados, dirigimos por estradas de terra, acampamos em cânions, descansamos em praias e desbravamos trilhas, sempre com Dan junto, no nosso tempo e jeito.
Neste post, compartilho nosso diário de bordo com impressões reais da viagem, e nos momentos certos, deixo links para os posts completos de cada destino com mais dicas e detalhes.
👉 Veja a série completa dessa viagem no youtube. Está imperdível! Playlist Road Trip 24 dias- Brasília ao Nordeste

📌 Planeje sua viagem com nossos roteiros completos
Explore os posts detalhados de cada trecho:
Entenda o Jalapão – Verdades que ninguém te conta! Dicas de quem já foi três vezes (atualizado 2025)
📍 Dias 1 e 2 – De Brasília às Serras Gerais do Tocantins: o início da aventura
Finalmente chegou o grande dia! Estava ansiosa para a nossa primeira viagem mais longa em família. Saímos mais tarde do que o previsto. Perdemos bastante tempo arrumando as coisas no carro, muita coisa! Afinal, iríamos passar 24 dias longe de casa e aquele carro seria agora a extensão da nossa casa e tudo que precisaríamos no dia a dia estava ali.

O primeiro destino foi a Lagoa da Serra, em Conceição do Tocantins. Onde iríamos acampar pelos próximos dois dias. No caminho para a Chapada dos Veadeiros, pouco antes de São Gabriel, fizemos nossa parada de praxe na Vó Belmira, para comer pamonha e tomar café, e também aproveitei para dar mamá para o
Dan e trocá-lo. Depois disso, paramos em Alto Paraíso pra almoçar e seguimos viagem. O Dan foi bem tranquilo no caminho e eu também estava mais tranquila com relação a viajar com bebê, pois já havia feito duas viagens com ele anteriormente, para a Chapada dos Veadeiros e para Pirenópolis.
Tudo que você precisa saber sobre a Lagoa da Serra e os detalhes dos dois próximos dias nesse paraíso vou deixar para esse post 👉Serras Gerais do Tocantins – Lagoa da Serra
🏞️ Dias 3 e 4 – Jalapão

Esse foi um dia de deslocamento em que iríamos para o Jalapão. Acordamos cedo para desarmar a barraca e organizar todas as coisas no carro.
Nesse dia não tomamos café para não perdermos tempo preparando e depois ter que lavar as coisas. Deixamos para tomar em Dianópolis e foi uma ótima opção, porque encontramos um bufet de café da manhã por quilo bem completo tipo de hotel. De lá, fomos no último posto mais estruturado para encher o tanque antes de entrar no Jalapão. Em Mateiros há um posto, mas como não conhecíamos o caminho não quisemos arriscar. As condições da estrada de terra até Mateiros são excelentes. Inclusive, indico esse caminho caso você esteja de 4×2 para chegar em Mateiros sem precisar percorrer o trecho Ponte Alta do Tocantins > Mateiros

Por esse trecho você já tem acesso a dois atrativos: a Pedra da Baliza e ao Fervedouro Galhão, os quais fizemos uma parada na volta.
O plano inicialmente era acampar, mas como estava muito calor e nas noites anteriores o Dan ficou um pouco incomodado para dormir, decidimos ficar em alguma pousadinha na cidade mesmo.
Nos hospedamos na pousada Dunas do Jalapão. À noite fomos dar uma voltinha na cidade e jantamos no restaurante Beira da Mata. Peçam o drink Jalacujá, feito com maracujá e jenipapo premiado como o melhor do Tocantins e é realmente muito bom!




No dia seguinte, fomos conhecer o fervedouro Encontro das Águas que é caminho para a Cachoeira do Formiga e comunidade do Mumbuca.
No entanto, o caminho indicado pelo maps nos levou a um lugar errado onde há o rio Formiga. Como não encontramos o fervedouro, retornarmos na estrada e fomos no Ceiça. Era por volta das 14h e tinham apenas 4 pessoas, sendo que o limite são 6. O ceiça é considerado dos mais bonitos e também um dos maiores.
Ficamos bastante tempo até chegarem alguns grupos de excursão. O Pedro pegou orientação sobre o Encontro das Águas e retornamos. Havia uma pessoa que nos recebeu, pagamos 20 reais . Pegamos o fervedouro só pra gente até a hora que fomos embora. Ele é um fervedouro bem pequenininho, mas o fluxo de água que jorra da areia é bem forte e aproveitamos ele só pra gente.
Esse é o fervedouro com fluxo de água mais forte. A estrada é acessível apenas para carro alto pois há bancos de areia no meio. Carros 4×2 chegam, mas há o risco de atolar, pois é um trecho todo de areia fofa.
Finalizamos o dia no restaurante Mama Cadela com pratos à la carte muito bem elaborados. O dono, Eduardo, nos recebeu muito bem e nos deu ótimas dicas de locais sobre o Jalapão e Serras Gerais. Finalizamos o jantar e formos descansar que o dia seguinte seria de deslocamento em direção à Bom Jesus no Piauí.
A nossa passagem pelo Jalapão foi rápida, pois já era a nossa terceira vez por lá e fomos mais para aproveitar os fervedouros.
Tudo que você precisa saber para planejar a sua viagem ao Jalapão e os detalhes da nossa passagem por lá vou deixar para esse post 👉Entenda o Jalapão – Verdades que ninguém te conta! Dicas de quem já foi três vezes (atualizado 2025)
🛻 Dia 5 – De Mateiros a Bom Jesus – Piauí
E depois da nossa incrível passagem pelo Jalapão, nós partimos em direção a Bom Jesus, no Piauí. Nesse dia acordamos, organizamos as coisas no carro, tomamos café e partimos.
O trajeto seria longo, teríamos 500km pela frente, onde os primeiros 110 seriam de estrada de terra. Tivemos dois atrativos no caminho. O primeiro o fervedouro e Rio Galhão em que eu queria só da uma olhada e tirar foto, mas ele estava muito convidativo, não resisti e entrei rsrs foi ótimo seguir viagem refrescada.




Pegamos o fervedouro vazio. Ele é bem bonito, incrivelmente azul, o fluxo é um pouco menor que os outros que fomos, mas ele é bem profundo. Há um rio ao lado do fervedouro, bem bonito também.
Acredito que na época de alta temporada, mesmo pra quem não vai seguir caminho para o Piauí, valha muito a pena ir nele. Fica a mais ou menos 50 min de Mateiros. No local, há também uma boa opção de camping para quem quer ter a experiência do fervedouro noturno.

O segundo atrativo do caminho foi a Pedra da Baliza, conhecida vulgarmente como Pedra TOBA, rsrs. Marca a divisa dos Estados Tocantins e Bahia. É um ponto de parada comum pra quem esta fazendo o trecho Jalapão > Canions do Viana.
O trecho de estrada é relativamente bom e conseguimos fazer uma média de 60km/h. O percurso todo de estrada de chão até chegar no asfalto, considerando as paradas nos atrativos, durou cerca de 4h.
Assim que pegamos estrada de asfalto há um posto onde paramos para abastecer e para almoçar. Almoço buffet bem caseiro, simples e gostosinho.
Chegamos em Bom Jesus cerca de 18h30. Pedimos a janta do hotel mesmo e ficamos por lá, pois estávamos cansados. Bom Jesus no Piauí é a cidade base para fazer os Canions do Viana. O Gurgéia Palace Hotel costuma ser a a principal escolha para pernoite.

🚙 Dia 6 – Cânions do Viana – Piauí

Esse era um dos dias mais esperados da viagem. Há muito tempo queríamos conhecer os Cânions do Viana que é parte do trajeto até a nossa próxima cidade, Sítio do Mocó – PI.

A entrada para os Cânions do Viana é bem próxima à Bom Jesus. No começo do parque tem placas avisando que é proibida entrada sem guia, no entanto, não havia nenhum tipo de controle de entrada e nenhuma estrutura.
Além disso, de todas pesquisas que fiz nenhuma citava a necessidade de guia, então seguimos parque à dentro.
A região é composta por fazendas. Há bastante gado no caminho. Também avistamos cabritos. A flora é bastante única, diferente do que estamos acostumados no nosso cerrado. Logo no começo o carro já deu uma pequena atolada e o Pedro teve que ligar o 4×4.
O caminho parecia de conto de fadas com muitas borboletinhas amarelas.

Em alguns quilômetros adiante já começamos a avistar os imensos paredões do Cânion e quanto mais adentravamos, mais ficávamos embasbacados com tamanha beleza.
Pegamos o drone para filmar e depois percebemos que queimamos largada kkkk, pois o mais bonito ainda estava por vir. Paramos no meio do caminho para fazer um lanchinho e contemplar a paisagem. Ficamos muito impressionados com o que vimos, uma beleza única e singular.
Colocamos muitas expectativas nesse passeio e foram todas superadas.

No caminho encontramos apenas um carro local e um caminhão que não sei como conseguiu fazer aquele trajeto. Tem bastante areia fofa e atoleiros. Mas ainda assim, achei bem tranquilo de fazer.
Apenas no trecho final, havia bastante subida e muito buraco. Passamos por um longo trecho com a estrada super estreita que só cabia um carro e a vegetação bem densa dos dois lados fazendo quase que um túnel. Em alguns trechos haviam galhos na frente em que o Pedro precisou descer e cortar com o facão pra gente poder seguir.
Após esse trecho estreito, logo começa a estrada de asfalto. Há a opção de emendar o caminho do Canions do Viana com a Serra das Confusões, passando por dentro do parque. Eu não quis fazer porque já estava cansada de estrada de chão e porque se não chegaríamos muito tarde. O que fizemos foi, fazer um pequeno desvio de 8km até a entrada do parque estrada e depois mais alguns poucos km ate chegar no mirante Janela do Sertão do Parque da Serra das confusões.



Nesse parque já havia uma entrada com guarita, mas não havia ninguém. Na entrada havia a informação de que só era permitida entrada com guia. Não sei se, para o mirante, também era necessário, porque era muito próximo da entrada.
Da cidade de Caracol, que é a base para quem vai visitar a Serra das Confusões (maior parque nacional da região nordeste brasileira) ainda deu mais 2 horas até nosso destino do dia.
Em Sítio do Mocó, um povoado da cidade de Coronel José Dias, nos hospedamos na pousada Baixão do Ouro. Quando chegamos na pousada já era noite, jantamos por lá mesmo, jantar pago por fora da hospedagem, mas que vale muito a pena, já que o povoado não tem muita estrutura.

📍Dia 7 e 8 – Serra da Capivara, Piauí
Ao acordar, conseguimos ver a beleza do local onde estávamos hospedados, cercado dos grandes rochedos da Serra da Capivara. Percebemos que fizemos uma ótima escolha em ficar em Sítio do Mocó ao invés de ficar no centro de Coronel José Dias ou em São Raimundo Nonato, que são cidades com mais estrutura.
Tomamos um café da manhã bem farto, oferecido na pousada e partimos cedo rumo ao Parque Nacional da Serra da Capivara, que fica a aproximadamente 15 minutos de Sítio do Mocó, passamos antes pelo centro de Coronel José Dias para encontrar com a guia Marília. A estrada até lá mistura trechos asfaltados e de terra, tudo em ótimas condições.
Chegamos na entrada do parque, assinamos um termo de responsabilidade e iniciamos o circuito Desfiladeiro da Capivara, com 5 sítios arqueológicos. Os circuitos são percorridos de carro até um estacionamento próximo do sítio arqueológico e faz-se uma pequena caminhada com algumas escadarias. O trajeto é bem arborizado. A caminhada, na maior parte, é sob a sombra e as pinturas geralmente em cavernas. Os trechos de carro entre cada sítio também são curtos. É um passeio bem tranquilo para fazer com crianças ou com bebês, como no nosso caso.




Após o passeio, fomos na fábrica de cerâmica. Sabe aquelas peças, pratos, xícaras, vasos em cerâmica com pinturas rupestres que custam o olho da cara em lojas como Etna e Camicado? Pois é, elas vem daqui e, na fabrica, você as compra com um preço mais acessível. Saímos com uma caixa, já aproveitamos e fizemos as compras de natal para os nossos pais rsrs.
Almoçamos no restaurante da fábrica de cerâmica, comida à quilo, bem gostosinha.
Após o almoço, visitamos o Museu da Natureza, cuja entrada custou R$ 40 por pessoa. O museu está localizado a cerca de 20 km da entrada principal do Parque Nacional da Serra da Capivara, em um prédio de arquitetura moderna e com uma vista privilegiada da paisagem típica do sertão piauiense.
No museu, o visitante faz uma verdadeira viagem pelo tempo e pela evolução da vida na Terra, começando desde a formação do universo, passando pelos fósseis pré-históricos encontrados na região — muitos deles com milhões de anos — até chegar à presença humana e à rica biodiversidade atual da Caatinga. O acervo é apresentado de forma interativa, com vídeos, painéis sensoriais, projeções e recursos tecnológicos que deixam a experiência mais dinâmica e envolvente, ideal tanto para adultos quanto para crianças.
Um dos destaques é a sala com simulador de realidade virtual: você veste um macacão que simula uma asa delta e “sobrevoa” o Parque Nacional da Serra da Capivara. As imagens são impressionantes, com um nível de realismo que dá a sensação de estar realmente planando sobre os cânions, paredões e formações rochosas milenares do parque — gostamos bastante!

O museu é climatizado, tem banheiros, bebedouros e lojinha de souvenirs. Recomendamos reservar pelo menos 1h30 para a visita, especialmente se quiser aproveitar todas as interatividades com calma.

No nosso segundo dia na Serra da Capivara, exploramos o Circuito do Sítio do Meio, uma das áreas mais importantes do parque, onde se encontra um dos sítios arqueológicos mais antigos das Américas, com vestígios datados de cerca de 50 mil anos. A trilha é relativamente tranquila, bem sinalizada, e é emocionante caminhar por entre os paredões e pensar na ancestralidade daquele lugar.
Depois, a Marília, nossa guia sempre atenciosa, nos levou ao Mirante Vista das Mangueiras, no Circuito do Baixão da Pedra Furada. Esse trecho exigiu um pouco mais de atenção, com uma leve escalaminhada — especialmente com o bebê —, mas foi tranquilo, sem grandes desafios. A vista lá de cima é simplesmente deslumbrante: o contraste das formações rochosas avermelhadas com o verde seco da caatinga cria uma paisagem única que parece saída de um filme. Com certeza, valeu cada passo!
De lá, seguimos para conhecer a famosa Pedra Furada, o cartão-postal da Serra da Capivara. A formação impressiona pelo tamanho e pelas formas naturais esculpidas pelo tempo, além de ter uma importância cultural e simbólica enorme para a região. Fizemos várias fotos, claro!
Depois, seguimos para o Boqueirão da Pedra Furada, um dos sítios arqueológicos mais emblemáticos do parque, que reúne aproximadamente 1.000 pinturas rupestres, algumas com mais de 12 mil anos. Entre elas, destacam-se as figuras de dois animais que são o símbolo oficial do parque. Esse sítio também oferece a possibilidade de visitação noturna, quando a iluminação especial torna o cenário ainda mais impactante e misterioso — uma ótima dica para quem quiser uma experiência diferente.
No fim da manhã, retornamos à fábrica de cerâmica da comunidade, onde almoçamos. O almoço, simples e saboroso, é preparado pelos próprios moradores, valorizando a culinária local e fortalecendo o turismo de base comunitária — algo que sempre gostamos de prestigiar.
Na parte da tarde, fechamos o dia com uma visita ao Museu do Homem Americano, que complementa perfeitamente a experiência vivida nos sítios arqueológicos. O museu apresenta uma linha do tempo sobre a ocupação humana nas Américas, artefatos encontrados nas escavações e toda a trajetória das pesquisas conduzidas pela arqueóloga Niède Guidon. É um espaço muito bem montado, ideal para entender ainda mais a importância histórica e científica da região.
📍Dia 9 e 10 – Petrolina – PE
Logo depois do café, partimos para Petrolina. As rodovias de Sítio do Moco até lá são excelentes. São 4h de viagem.
No caminho há uma cidade chamada Remanso, às margens do Rio São Francisco, onde fica a represa de Sobradinho. Seguimos em direção ao Rio para dar uma olhada e, que bela surpresa! Uma imensidão com montanhas ao fundo barqueiros no cais e ovelhas pastando na margem.

O que mais gostamos em viagens de carro é encontrar lugares assim que nem sabíamos que existia para contemplar durante o caminho.

Outro lugar que descobrimos no trajeto foram as Dunas do Velho Chico em Casa Nova – Ba, no lago de Sobradinho . É o mar de agua doce no coração do Sertão. Mas esse infelizmente não deu para conhecer pois o carro deu problema no câmbio e estávamos sem a primeira e segunda marchas. Mas ao pesquisar, ficamos encantados com as Dunas. Uma área de praia enorme, quiosques e restaurantes, atividades como banana boat, quadriciclo, passeios de lancha. Acho que vale uma parada.
Chegamos em Petrolina de tardezinha onde ficaríamos na casa de amigos. Tiramos a tarde e noite para descansar.
No dia seguinte demos uma volta de carro para conhecer a cidade de Petrolina, almoçamos e em seguida fomos contemplar as prainhas do Rio São Francisco.
Por fim, cruzamos a ponte para Juazeiro. Andamos pela orla. A vista de Petrolina da orla de Juazeiro é bem bonita. A orla de Juazeiro é bem mais agitada com restaurantes bem legais com música ao vivo. Já a orla de Petrolina é mais pacata, não há restaurantes, apenas calçada em que o povo faz caminhada.
Como amante da Bahia, é claro que Juazeiro teve meu coração.
📍Dia 11, 12, 13 – Piranhas (AL) – Rio São Francisco e Cânions de Xingó
O dia amanheceu chovendo. O Pedro precisou levar o carro cedo na oficina para arrumar o câmbio.
Partimos em direção ao próximo destino – Piranhas, em Alagoas. Tentamos almoçar na orla de Juazeiro mas os restaurantes/bares estavam fechados. Não sei se é porque era segunda ou só funcionavam à noite. Seguimos viagem e almoçamos no posto Ararinha Azul, self-service bem bom.
A viagem para Piranhas foi longa, chegamos à noite. Fizemos check in no Dunen Hotel e jantamos no restaurante do hotel mesmo.
No dia seguinte, tomamos um ótimo café da manhã no hotel e seguimos até Canindé de São Francisco (SE). O hotel também é bem bonitinho e decorado com temática nordestina. Ótimo custo x benefício. Hoje é um marco importante na nossa viagem, chegamos na metade dela! Sim ainda temos 12 dias pela frente, Graças a Deus rsrs.
Fomos para o restaurante Karrancas de onde sairia o Catamarã para o passeio dos Canions de Xingó. O restaurante fica em Canindé de São Francisco, Sergipe, há 30 min de Piranhas.
O caminho beirando o Velho Chico, já nos impressionou bastante. No caminho há alguns restaurantes beira rio como o Cantinho do Velho Chico, Bar da Ponte e o conjunto de restaurantes na Prainha de São Francisco. No caminho, há também a Usina do Xingó e o Museu de Arqueologia do Xingó. , onde embarcaríamos no Catamarã da MFTur. O caminho até lá, margeando o Rio São Francisco, já é um espetáculo à parte 🌅.
Chegamos no Restaurante, fizemos o check-in no guiché da MFTur e já escolhemos o prato do almoço para o retorno do passeio. O restaurante é lindo e tem uma ótima estrutura às margens do Velho Chico.

O embarque começa às 11h30 eles vão chamando as pessoas pelo nome no microfone pela ordem de chagada. O Catamarã sai às 12. Fomos com o Dan no carrinho e bebê conforto. Escolhemos o Catamarã ao invés de barco ou lancha rápida justamente pelo conforto pra ele. No barco servem espetinho, água, cerveja e drinks.
Após 1h de navegação chegamos no ápice dos Canions, onde há uma estrutura flutuante em que o Catamarã atraca e temos 1h para banho no rio em áreas demarcadas.
Nesse ponto também é possível pegar um barco menor, à remo, e adentrar em uma parte mais estreita dos canions em que a água tem um esverdeado incrível com a luz só sol. Esse passeio é opcional, custa 20 reais e dura 10 minuntos. Eu aproveitei que o Dan tava tirando uma soneca e fui, enquanto ele ficava com o Pedro no Catamarã.

Centro Histórico de Piranhas | Mirante Secular | Torre do Relógio | Mirante da Igreja Senhor do Bonfim
De volta no Karrancas, almoçamos e retornamos para Piranhas para conhecer o centro histórico.
A primeira parada foi no Mirante Secular, que tem uma das melhoras vistas de cima da cidade e do Velho Chico. No mirante tem o restaurante Flor de Cactus. O Mirante fica na parte alta e tem uma longa escadaria que dá acesso à parte baixa e ao centrinho da cidade.
O centrinho é bem pequenininho e com poucas lojinhas de artesanato.
Ficamos frustrados pois o Museu do Sertão e a Torre do Relógio estavam fechados há bastante tempo. Às 17h as lojinhas de artesanato já estavam fechadas. A cidade estava bem vazia por ser baixa temporada. A alta temporada são nos meses de férias, principalmente em janeiro.
Fomos no café que fica em frente à torre do relógio. O fraputino e o bolo de milho com cobertura de goiabada e parmesão são deliciosos. Demos mais uma volta e jantamos no centrinho onde tem um conjunto de bares e restaurantes e eles colocam as mesas na praça. Tava bem vazio, mas imagino que na alta temporada deva ser bem boêmio.



Inicialmente havíamos planejado fazer a Rota do Cangaço que é a trilha até a gruta do angico onde Lampião e Maria Bonita foram mortos e tem toda as narrativa pelo guia dessa história. Em função do calor, achamos melhor ficar pela cidade e ir locais que não conseguimos ir no dia anterior.
Pela manhã fomos no centrinho comprar artesanato e lembrancinhas. Demos uma passada na prainha do rio São Francisco mas acabou que gostamos tanto do Karrancas que retornamos para almoçar e curtir a tarde no rio.
De tardezinha, voltamos no centrinho e subimos as escadarias para o Mirante da Igreja Senhor do Bonfim. A vista realmente compensa o esforço. Formos presenteados com uma bela vista do alto da cidade, com o Velho Chico e o pôr só sol.
📍Dias 14 e 15 – Aracaju (SE): parada estratégica no caminho
Esse dia foi de trajeto, mas seria bem curto e sem nenhum atrativo pelo caminho. Apenas 3h30 até Aracaju.
À noite fomos caminhar na orla e jantar 🍽️ nas barraquinhas que ficam ao lado do projeto Tamar. Tem bastante comida típica nordestina a um preço justo.
Lago dos Tambaquis e Mangue Seco
No dia seguinte, antes de deixar Aracaju, caminhamos rapidamente pela orla e praia. A parada em Aracaju seria mais pra dar uma quebrada no trajeto e não ficar tão longo, por isso ficamos apenas uma pernoite.
Como o trajeto até a Praia do Forte seria curto, apenas 3h30, aproveitamos para incluir atrações pelo caminho. A primeira foi o Lago dos Tambaquis.
Nesse lago há alguns restaurantes e balneários em que se pode passar o dia, e fazer várias atividades, além de ter a experiência de nadar com esses peixões que ficam bem na parte rasa de areia do lago. É uma experiência muito legal, principalmente para quem está com crianças.
Os tambaquis são tão mansos que é possível passar a mão neles. Há centenas deles. Nós escolhemos o balneário Lago dos Tambaquis. No balneário há piscinas, um toboágua que cai diretamente no lago, restaurante e um bar molhado.
No ingresso que pagamos, 50 reais (2024) estava incluso stand-up paddle 🛶 e caiaque. Há um ingresso mais caro que da direito aos brinquedos infláveis que ficam no lago.
Após o almoço 🍽️no balneário, seguimos em direção à Praia do Forte. No caminho, fizemos um desvio de uns 30 minutos em direção ao Mangue Seco, porque o Pedro queria “brincar” 🚙de 4×4 na beira da praia rsrs.
Chegamos à Praia do Forte no início da noite.
📍Dias 16 a 18 – Relax em Praia do Forte 🏖️😎



Escolhemos Praia do Forte como nosso momento de desacelerar. Ficamos em um apartamento super bem localizado, no condomínio Porto Praia do Forte, na rua detrás da igreja São Francisco de Assis, com acesso direto à praia, ao lado do Projeto Tamar e a poucos metros das piscinas naturais.
Almoçamos uma moqueca de peixe maravilhosa no Farol Restaurante e Bar, das melhores que já comi na vida. Moqueca de peixe é dos meu pratos baianos preferidos e sou bem exigente. Não é todo lugar que se encontra uma boa moqueca.
Vimos o por do sol com o horizonte colorido de velas de kitesurf, as praias da região são ótimas pra quem gosta do esporte.💙Jantamos empanadas bolivianas deliciosas no restaurante La Kantuta🥟. Uma boa opção para janta, já que os preços dos restaurantes são um pouco elevados.
Nos dias seguintes apenas curtimos a vila que é um charme, cheia de lojinhas e bons restaurantes e a vibe praiana. A maré baixa pela manhã, nos permitiu fazer flutuação para observar os peixes nas piscinas naturais.
Na praia é possível fazer o passeio guiado que inclui o equipamento de snorkeling e também a opção de obter fotos. Não acho que valha a pena. Eu havia levado meus óculos de mergulho e nadadeira. Na vila é possível comprar esse material e na praia é possível alugar para fazer por conta própria.
📍Dias 19 a 24 – De volta ao interior: rumo à Chapada Diamantina 🛣️🌄
Deixamos o litoral e seguimos para Lençóis. Foram cerca de 6h de estrada, com paisagens que iam se transformando aos poucos — da costa à caatinga. Um dia de transição e contemplação.
No dia seguinte, tomamos um belo café da manhã na pousada em que ficamos hospedados. E preciso muito ressaltar, pois esse café da manhã ficou marcado como um dos melhores que já tivemos, eu (Bruna) classifico como o melhor. Preparo artesanal, local, super farto, mesmo quando éramos os únicos hóspedes. Fomos muito felizes aqui.
Gruta da Lapa Doce
Saímos de Lençóis às 10h45 em direção à Gruta da Lapa Doce. O percurso é de 1h15. Chegamos na recepção, assinamos o termo de responsabilidade e recebemos as informações do passeio. A trilha tem no total 3km, dos quais 2km são no trajeto até a caverna e 1km dentro. São mais ou menos 1h30 de caminhada. A propriedade disponibiliza os condutores de turismo, que ficam à disposição aguardando os turistas. O Sr. Raimundo quem nos conduziu no passeio. A Gruta da Lapa doce é parte de um sistema de 42 km de cavernas em que apenas 850 metros está aberto à visitação.
Fazenda Pratinha
Saímos da Gruta e fomos para a Fazenda Pratinha. Um balneário com diversos atrativos, entre eles a Gruta azul e a Gruta da Pratinha. Um lugar de águas cristalinas realmente bonito, mas com muita intervenção humana e estrutura, o que — na nossa opinião — acaba tirando um pouco do encanto natural. Além disso, costuma ficar bem cheio, com bastante muvuca, o que não é muito a nossa vibe. Não gostamos muito e não voltaríamos.
Centro Histórico de Lençois – Bahia 🏘️
Hoje tiramos o dia para descansar e andar pelo centrinho. Eu fiquei apaixonada por Lençóis. É uma cidade pequena, acolhedora e boemia, com uma vibe tão boa que dá pra vir só para aproveitá-la, independente dos atrativos turísticos naturais da Chapada Diamantina.
Ela é tombada pelo (IPHAN) e oferece belo roteiro arquitetônico pelos casarões do século XIX.
Mirante do Camelo 🌄
Por volta das 16h15 saímos para ver o por do sol no Morro do Pai Inácio. Só que chegamos lá às 17h15 e já não nos deixaram entrar, pois só pode subir até as 17h.
Achei estranho pois todas as fotos que vejo tiradas de lá são com o céu já rosado. O que acontece é que só pode subir até as 17h, mas pode permanecer lá até o sol se por.
Decidimos então ir ao Mirante do Camelo, que fica a uns 30 minutos dali. Chegamos no estacionamento e fizemos uma caminhada de alguns metros já contemplando a vista das montanhas e fazendo paradas para tirar foto pelo caminho. Valeu muito a pena.
Durante a noite, comemos um crepe no Bistrô do Mato. O crepe de jaca é bem interessante.
Flutuação na Gruta do Poço Azul
Hoje saímos para conhecer o Poço Azul, uma gruta de água incrivelmente cristalina, onde é possível enxergar todo o fundo — a cerca de 17 metros de profundidade — graças à transparência da água e ao fundo de arenito claro, que reflete a luz.
Flutuar dentro do poço tras a sensação de estar voando. Esse é um dos atrativos mais famosos da Chapada Diamantina, é a única gruta com água em que é possível fazer flutuação— a experiência é única!
A água é fria, mas extremamente convidativa, e o silêncio ali dentro convida a um momento de contemplação e conexão com a natureza.
Para ir no poço é necessário realizar o agendamento pelo site. Pagamos 140 o casal. Essa é a única gruta com água em que é possível fazer flutuação, diferentemente do Poço Encantado.
Fizemos o agendamento para às 11h. A gruta fica a cerca de 1h30 de Lençóis. Ao chegar você recebe as instruções e precisa tomar uma ducha para tirar qualquer creme ou óleos corporais. Em seguida, recebe o equipamento de flutuação, colete, máscara e snorkel. Até o Dan também recebeu um colete.
O caminho para gruta é bem curtinho e tranquilo, eu fui descalço e com o Dan no colo. Quando chegamos, havia casal que já estava saindo, então tivemos a sorte de pegar a gruta apenas pra gente. La em baixo há uma plataforma com bancos. Eu entrei enquanto o Pedro ficou com o Dan e filmava e depois ele entrou. O tempo de flutuação é de 15 minutos por pessoa. Parece pouco, mas achei suficiente, e ainda, se não tiver um grupo esperando, é possível ficar mais tempo.
A temperatura da água é fria no começo, mas depois fica bem agradável. Apesar disso, achei meio fria pra colocar o Dan. Mas daria pra entrar com o bebê tranquilamente.
A visita à Gruta do Poço Azul é um passeio imperdível na Chapada Diamantina. Em função da profundidade e transparência da água, a sensação da flutuação é de estar voando.
Depois da Gruta do Poço Azul a Gruta do Poço Encantado é uma combinação que geralmente é feita, pois fica bem próximo, cerca de 40 minutos a 1h de percurso. Mas no Poço Encantado não é possível descer com criança menor de 10 anos em função da segurança, eu e o Pedro teríamos que revezar com ele. Eu teria que dar mamá e fazer ele dormir antes, seria muito trampo. Além disso, seria apenas para contemplação, pois não é permitido entrar.
Morro do Pai Inácio 🌄
Retornamos para Lençóis, almoçamos e logo em seguida fomos para o Morro do Pai Inácio que é o cartão postal da Chapada Diamantina. Desta vez, saímos a tempo para chegar antes das 17h. Ao chegar, o Pedro comprou nossas entradas, 12 reais por pessoa, coloquei o Dan no canguru e subimos. A caminhada é curta, uns 20 min, mas bem íngreme com escadas de pedra e de madeira. Mas é tranquilo fazer com o bebê no canguru.
A vista realmente é muito bonita e faz jus à popularidade desse passeio. Contemplamos, fizemos fotos, vídeos e descemos antes de escurecer completamente. Não queria passar muito do horário do Dan dormir, além disso, ainda teríamos que jantar e organizar as coisas para viajar no dia seguinte.
Esse foi nosso último dia de roteiro. Os próximos dois dias foram dedicados ao retorno para Brasília 🚙🏡, com muitas histórias na bagagem e um sentimento de gratidão por conseguir realizar uma viagem assim em família — com nosso pequeno aventureiro a bordo 👶🌎.
A ideia inicial seria pernoitar em Correntina, na Bahia, mas como só reservamos na noite anterior, não encontramos hospedagem disponível, portanto, reservamos a pernoite em Barreiras (BA).
Experiência e Aprendizados
Quando contamos sobre essa viagem, ouvimos muitas vezes: “Vocês são loucos de viajar assim com um bebê tão pequeno!”
Mas estamos aqui justamente para mostrar que viajar com um bebê não é loucura — só exige um tipo diferente de planejamento: mais organização, mais flexibilidade e um olhar mais sensível para o tempo e o ritmo dele.
O fato de viajar com bebê que só mama, e no nosso caso somente leite materno, torna a viagem ainda mais simples. Acredito que após a introdução alimentar o nível de complexidade demande maior planejamento e organização com relação à alimentação.
O maior aprendizado e ensinamento que posso deixar é: com leveza e flexibilidade, tudo flui.
Que bom que nos desafiamos para sair da nossa zona de conforto. Criamos memórias lindas e incríveis com nosso bebê, que completou 5 meses durante o trajeto e agora já conhece 8 estados brasileiros. Nos aproximamos ainda mais como família.
O baby Dan não veio para mudar nosso estilo de vida, e sim para tornar a nossa forma de viver ainda mais bonita e cheia de sentido.
E no fim, tivemos a certeza: é exatamente assim que queremos que ele cresça — Conhecendo novos lugares explorando coisas novas e sabendo que o mundo tem uma infinidade de possibilidades pra ele.
Esperamos que essa viagem inspire outras famílias a se aventurar também, a mostrar o mundo aos seus pequenos, e também a encorajar casais que ainda não encontraram o “momento certo” para ter filhos ou têm medo de deixar de viver. A verdade é que a vida continua e pode ser ainda mais incrível com a chegada de um bebê.


